"Fragmentos" - Paulo Francis



"Todo otimista é um mal-informado!
Nossa imprensa: previsível, empolada, chata. Meu Deus, como é chata!

Meu sonho acordado é ter dinheiro suficiente para viver em um país em que eu não saiba a língua e nem o que está acontecendo. Fico deprimido com estupidez, vulgaridade e léro léro.
Talvez o Brasil já tenha acabado e a gente não tenha se dado conta disso.
Nunca apoiei governo algum. Acho que é um dever de jornalista adotar o mote dos anarquistas: Hay gobierno, soy contra. 
O Brasil sempre é uma ditadura. Todo governo brasileiro é ditatorial. A maioria do voto é comprado. Eleição no Maranhão, o que que significa isso?
Um amigo meu, advogado, almoçou com um banqueiro suíço que disse: "Olha... bom mesmo é o brasileiro, viu! Porque esses milionários árabes põem 1 bilhão de dólares, 2 bilhões de dólares, mas uma semana depois eles tiram. Os brasileiros põem 50, 60 milhões de dólares e deixam.

Essa história de Democracia, virou pros americanos o que o Comunismo era pra União Soviética. A União Soviética invadia os países e impunha o comunismo, porque ela pressupunha que todo mundo queria o comunismo. Os americanos também. Eles ficam querendo impor essa porcaria de Democracia, achando que o mundo inteiro ta querendo isso, quando na verdade o mundo é uma coleção de tribos, de um modo geral. Na África tão se matando o tempo inteiro e ninguém quer saber de democracia coisa nenhuma. É tribo contra tribo.

Todo mundo tem o direito de se portar como um debilóide até os trinta anos.

Não acredito em rigorosamente nada; mas, me interesso por tudo. 
Aos cinquenta anos, sofro do que se chama "accidie", um desinteresse por praticamente todos os temas a que dedico minha atenção.

Falei bem na semana passada e to falando mal nessa semana. "So what"?
Qualquer pessoa inteligente é contraditória. Só gente burra que não se contradiz! O Walt Whitman tem um poema que termina assim: "Do I Contradict myself? Very well, then i contradict myself. I am large, I contain Multitudes".

Nao conheço e não sei quem é. Se eu não sei quem é, não presta!

A Máfia é uma necessidade social. A Máfia supre aquilo que as pessoas querem: Droga, jogo, prostituição... É uma coisa absolutamente que devia ser reconhecida como utilidade pública. 
Cobrar impostos, pagar impostos, todos nós pagamos. Eu pago uma fortuna de imposto de renda e tenho uma profissão muito mais sórdida do que de Mafioso, que é ser Jornaliista.

A morte é uma piada. A vida é uma tragédia. Mas, dentro de nós, mesmo no maior desespero, há uma força que clama por coisas melhores. Os artistas estão sempre aí nos lembrando disso. Existe um paraíso, pois, Beethoven ou Gauguin já nos deram mostras convincentes. É inatingível permanentemente, mas devemos ser gratos pelas sobras que nos couberem".






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