Se eu Soubesse Antes o Que Sei Agora, Erraria Tudo Exatamente Igual!

Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Colher as flores que nascerem no asfalto
Vamos todo mundo... tudo que se possa imaginar

Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico
Voltar pra casa num navio fantasma
Vamos todo mundo... ninguém pode faltar

Se faltar calor, a gente esquenta
Se ficar pequeno, a gente aumenta
Se não for possível, a gente tenta
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Se faltar o vento, a gente inventa
Vamos esquecer o dia da semana
Tem que ser agora, anos 90

Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes

Se for impossível
Se não for importante
Mesmo assim a gente tenta

Tô fora voodoo, ranso, baixo astral
Eu não vou perder meu tempo brincando de ser mal
Não vou viver pra sempre nem morrer a toda hora
Como rasgos pré-fabricados num novo velho blue jeans

Morte anunciada, direitos autorais
Pela tv à cabo uma baleia acaba de nascer
Nascer pode ser uma passagem violenta
O futuro se impõe
O passado não se aguenta

Santíssima trindade: sexo, drogas, rock'n roll

É pura pose, faz qualquer coisa
E o pior não é isso
É pura pose, posteridade
E o pior não é isso

Vamos passear depois do tiroteio
Vamos dançar num cemitério de automóveis
Vamos duvidar de tudo que é certo
Vamos namorar à luz do pólo petroquímico

Vamos remar contra a corrente
Desafinar do coro dos contentes
Vamos ficar acima, velejar no mar de lama
Vamos esquecer o dia-a-dia





Já não vejo diferença entre os dedos e os anéis
Já não vejo diferença entre a crença e os fiéis
Esquerda e direita, direitos e deveres,
Os 3 patetas, os 3 poderes
Ascensão e queda, são dois lados da mesma moeda
Tudo é igual quando se pensa
Em como tudo poderia ser
Pensei que houvesse um muro
Entre o lado claro e o lado escuro
Pensei que houvesse diferença
Entre gritos e sussurros
Mas foi um engano, foi tudo em vão
Já não há mais diferença entre a raiva e a razão
Nossos sonhos são os mesmos há muito tempo
Mas não há mais muito tempo pra sonhar




Então erguemos Muros que nos dão a garantia
De que morreremos cheios de uma vida tão vazia
Um dia Super
Uma noite Super
Uma vida Superficial
Entre as Sombras
Entre as Sobras
Da nossa escassez





Não importa se só tocam
O primeiro acorde da canção
A gente escreve o resto em linhas tortas
Nas portas da percepção
Em paredes de banheiro
Nas folhas que o outono leva ao chão
Em livros de histórias seremos a memória dos dias que virão
Se é que eles virão

Nos interessa o que não foi impresso
E continua sendo escrito à mão
Escrito à luz de velas quase na escuridão
Longe da multidão

Somos um exército, o exército de um homem só
No difícil exercício de viver em paz
Somos um exército, o exército de um homem só
Sem bandeira
Sem fronteiras
Pra defender

Não interessa o que o bom senso diz
Não interessa o que diz o rei
Se o jogo não há juiz
Não há jogada fora da lei
Não interessa o que diz o ditado
Não interessa o que o Estado diz
Nós falamos outra língua
Moramos em outro país

Somos um exército, o exército de um homem só
No difícil exercício de viver em paz
Sem bandeira
Sem fronteiras
Pra defender





Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos, mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra
Vaidades que a terra um dia há de comer
Ás de Espadas fora do baralho

Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento





Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros





Não vejo nada (o que eu vejo não me agrada)
Não ouço nada (o que eu ouço não diz nada)
Perdi a conta das pérolas e porcos
Que eu cruzei pela estrada

Estou ligado a cabo
A tudo que acaba de acontecer

Propaganda é a arma do negócio
No nosso peito bate um alvo muito fácil
Mira a laser, miragem de consumo
Latas e litros de paz teleguiada

Estou ligado a cabo
A tudo que eles têm pra oferecer

O céu é só uma promessa
Eu tenho pressa, vamos nessa direção
Atrás de um sol que nos aqueça
Minha cabeça não aguenta mais

O céu é só uma promessa
E eu tenho pressa, vamos nessa direção
O céu é só uma promessa
E eu tenho pressa, vamos nessa direção

O céu é só uma promessa





O preço que se paga às vezes é alto demais
É alta madrugada, já é tarde demais
Pra pedir perdão...pra fingir que não foi mal

E agora eu pago meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez 
Eu pago meus pecados
Por ter acreditado que só se vive uma vez 

Pensei que era liberdade
Mas, na verdade, eram as grades da prisão






Seria mais fácil fazer como todo mundo faz
O caminho mais curto, produto que rende mais
Seria mais fácil fazer como todo mundo faz
Um tiro certeiro, modelo que vende mais

Mas nós dançamos no silêncio
Choramos no carnaval
Não vemos graça nas gracinhas da TV
Morremos de rir no horário eleitoral

Seria mais fácil fazer como todo mundo faz
Mas nós vibramos em outra frequência
Sabemos que não é bem assim
Se fosse fácil achar o caminho das pedras
Tantas pedras no caminho não seria ruim







Quantas vezes eu estive
Cara a cara com a pior metade?
A lembrança no espelho
A esperança na outra margem

Quantas vezes a gente sobrevive
À hora da verdade?
Na falta de algo melhor
Nunca me faltou coragem

Se eu soubesse antes o que sei agora
Erraria tudo exatamente igual

Tenho vivido um dia por semana
Acaba a grana, mês ainda tem
Sem passado nem futuro
Eu vivo um dia de cada vez

Quantas vezes eu estive
Cara a cara com a pior metade?
Quantas vezes a gente sobrevive
À hora da verdade?

Surfando karmas e DNA
Não quero ser o que eu não sou
Eu não sou maior que o mar

Na falta do que fazer, inventei a minha liberdade!

Surfando karmas e DNA

Se eu soubesse antes o que sei agora
Erraria tudo exatamente igual

Tudo

exatamente

igual


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