"Aprisionado" - Charles Bukowski

no inverno, caminhando em meu
teto 
meus olhos do tamanho de luzes de
poste. 
tenho quatro patas como um rato mas
lavo minhas roupas íntimas – barbeado e
de ressaca e de pau duro e sem advogado.
tenho cara de esfregão. 
canto canções de amor e carrego aço.

preferiria morrer a chorar. Não suporto
a matilha. não posso viver sem ela.
inclino minha cabeça contra o refrigerador
branco e quero gritar como
o último lamento de vida para todo sempre mas
sou maior do que as montanhas.

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